Sérgio Sousa Pinto é daqueles políticos que é muito difícil não gostar. E a principal razão para se gostar ou simpatizar com o ex-líder da juventude socialista tem a ver com a sua forma de estar na política, cultivando, a partir de uma certa altura da sua vida política, uma imagem não enquadrável nos ditames, muitas vezes demasiados rígidos, partidários. Para além disso, é alguém que gosta de se cultivar: lê, reflete e gosta de evidenciar a sua dedicação ao pensamento.
Este episódio em torno das listas para deputados, que motivou a sua autoexclusão depois de ter aceitado integrá-las não foi, a meu ver, a maneira mais correta de mostrar a sua tradicional autonomia de pensamento, ou a sua rebeldia no seio do Partido Socialista. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa: tomar resoluções deste tipo num momento tão decisivo para o PS e o seu líder é eticamente irrazoável, ainda por cima com os argumentos e vocabulário utilizado, afirmando, por exemplo, as opções "quase insuportáveis" sobre "posicionamento, escolhas e grandes opções", para depois concluir que espera que tudo corra bem ao PS, partido com o qual tem uma ligação fortíssima.
Sérgio Sousa Pinto estava no lugar número quatro na lista de deputados por Lisboa. Mas esta não foi a questão central, justifica o próprio.
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