A candidatura presidencial de António Filipe, apoiada pelo PCP, é uma boa notícia, dada a incontornável debilidade da maior parte dos candidatos conhecidos. António Filipe traz ao debate aquilo que deve estar na base de qualquer ato eleitoral presidencial, que passa, necessariamente, pelas ideias. Mas ideias assentes no conhecimento, numa mundividência unipessoal, mesmo que, no caso de António Filipe, esteja agrilhoada às fronteiras de um partido muito especial. Só espero que o candidato mostre que consegue ir para além dos "amanhãs que cantam".
No decurso do após a Segunda Guerra Mundial, o papel da Europa no mundo, enquanto bloco em construção, sempre foi pautado pela aposta no diálogo e na diplomacia. A União Europeia é, neste pressuposto, o exemplo acabado dessa aposta: um espaço de diálogo entre as nações, uma espécie de nações unidas europeia, alargando o seu campo de ação para a união e o desenvolvimento económicos. A mensagem belicista estava, geralmente, a cargo de outros, bem mais capazes neste campo. Este panorama foi possível durar porque existiam pessoas com verdadeiras competências de liderança política, onde o primado estava sempre na dignidade do ser humano, em que a guerra, enquanto aposta na resolução de conflitos, só seria equacionada quando se esgotassem, radicalmente, todas as hipóteses diplomáticas. Não é isso que acontece nos nossos dias. De repente, acordamos e vemos a Europa e a União Europeia a cortarem os canais diplomáticos com a Rússia, país com o qual teremos de estar sempre ligados, po...
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