A candidatura presidencial de António Filipe, apoiada pelo PCP, é uma boa notícia, dada a incontornável debilidade da maior parte dos candidatos conhecidos. António Filipe traz ao debate aquilo que deve estar na base de qualquer ato eleitoral presidencial, que passa, necessariamente, pelas ideias. Mas ideias assentes no conhecimento, numa mundividência unipessoal, mesmo que, no caso de António Filipe, esteja agrilhoada às fronteiras de um partido muito especial. Só espero que o candidato mostre que consegue ir para além dos "amanhãs que cantam".
A luta do PSD e CDS para deixar de fora o PPM permanecendo, no entanto, com a sigla AD foi chumbada pelo Tribunal Constitucional. Se quiserem continuar coligados, estes dois partidos terão de alterar a sigla, pois o PPM faz parte dela. O mais curioso, a meu ver, diz respeito ao CDS, o qual, com sabemos, está representado no parlamento não por mérito próprio, mas por estar coligado com o PSD. O CDS, com a sua enorme força política, não quer a companhia de pequenos partidos na coligação. Um dia, o PSD acorda e verifica que o CDS afinal, só lhe traz problemas, convidando, quem sabe, a Iniciativa Liberal para ocupar o lugar deixado vago pelo CDS-PP. E será nesse dia que o partido fundado por Freitas do Amaral se tornará próximo do PPM, quanto mais não seja pela inexistência representativa. Talvez os Nunos Melos que por lá pululam se lembrem então que não basta andarem encostados para existir.

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