Podia-se considerar que Jair Bolsonaro está a provar do veneno que semeou aquando do seu consulado como Presidente do Brasil, particularmente em relação a Lula da Silva; podíamos até, à luz dessa evidência, deleitamo-nos com a "suprema humilhação", segundo as suas próprias palavras, que está a passar, com a obrigação, decretada pelo Supremo Tribunal Federal, de ter de usar uma tornozeleira eletrónica para, assim, eliminar riscos de fuga. Todos estes estados de alma são humanos e, por isso, compreensíveis. No entanto, se optássemos por esse caminho, escolheríamos, precisamente, o percurso pensado e sonhado e concretizado do ex-presidente e, aparentemente, amigo de Donald Trump. Seria, portanto, recomendado que Lula da Silva se afastasse, objetivamente, do processo judicial em curso. Seria bom, principalmente, para a democracia brasileira.
No decurso do após a Segunda Guerra Mundial, o papel da Europa no mundo, enquanto bloco em construção, sempre foi pautado pela aposta no diálogo e na diplomacia. A União Europeia é, neste pressuposto, o exemplo acabado dessa aposta: um espaço de diálogo entre as nações, uma espécie de nações unidas europeia, alargando o seu campo de ação para a união e o desenvolvimento económicos. A mensagem belicista estava, geralmente, a cargo de outros, bem mais capazes neste campo. Este panorama foi possível durar porque existiam pessoas com verdadeiras competências de liderança política, onde o primado estava sempre na dignidade do ser humano, em que a guerra, enquanto aposta na resolução de conflitos, só seria equacionada quando se esgotassem, radicalmente, todas as hipóteses diplomáticas. Não é isso que acontece nos nossos dias. De repente, acordamos e vemos a Europa e a União Europeia a cortarem os canais diplomáticos com a Rússia, país com o qual teremos de estar sempre ligados, po...
Comentários
Enviar um comentário