A morte do papa Francisco traz à conversa póstuma um mar de hipocrisia quando o tributo se cola à dimensão da paz e da guerra. Basta ouvir a declaração do ministro dos negócios estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel (entre outros), para entendermos o quão o discurso político está impregnado de cinismo.
Com efeito, a posição do papa Francisco em relação à guerra da Ucrânia, por exemplo, é dramaticamente oposta às que são tomadas pelas lideranças dos vários países que compõem a União Europeia.
O único partido, em Portugal, que se pode colar ao discurso do Papa relativamente à guerra em geral e, em particular, à guerra da Ucrânia, é o PCP.
Por tudo isso, faz mal o PCP não explorar, politicamente, esta verdade. Porque é de verdade que se trata.
Quando se diz, com razão, que Francisco tinha uma singular capacidade de chegar a todos (todos, todos, todos), crentes e não crentes, a adesão dos religiosamente "(auto) excluídos" comunistas ao seu pensamento serve, impecavelmente, de exemplo.
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