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Pedro Nuno Santos e as críticas ao apagão

 Não me parece boa ideia Pedro Nuno Santos dar uma de Ventura e atacar freneticamente o governo pela eventual inação ou desencontros comunicativos por causa do apagão. Até porque este acontecimento, de tão raro, é facilmente dado a confusões explicativas e responsabilidades dúbias.

O líder do PS tem assumido uma postura de "estadista" (seja lá o que isso signifique), despindo, de certo modo, a casaca mais agressiva, à José Sócrates. Com os tempos que correm, com os tipos de líderes que parecem frutificar por essa Europa fora, caracteristicamente abnóxios, insípidos, deslavados, poderá ser uma boa estratégia. No entanto, se, como parece, enveredar por este caminho, deverá mantê-lo até ao fim e não andar,  ziguezagueante, entre o Pedro Nuno original e o Pedro Nuno mascarado.

Pela minha parte, preferiria o Pedro Nuno original, o tal que muitos o qualificavam de combativo, socrático (de José Sócrates), impetuoso. Mas vivemos tempos políticos em que o mais importante é parecer. Neste sentido, não creio que a máxima de Salazar (em política, o que parece, é) se concretize.

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