A entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) divulgou dados de um estudo em que mostra que o futebol foi, nos media, o conteúdo mais consumido pelos jovens, em 2023 e 2024. A seguir vêm os "reality shows". Uma boa amostra educativa, portanto, da qual nos podemos orgulhar enquanto povo e país.
As televisões, enquanto proeminentes órgãos de comunicação social, têm obrigações públicas, decorrentes das suas licenças contratuais. Uma delas é, por exemplo, transmitir, diariamente, programas educativos destinados ao público infanto-juvenil. A CMTV não cumpre essa determinação e, ao que parece, não é penalizada por essa ausência. Estão, pois, estipulados os mínimos. A minha dúvida é quanto aos máximos.
Explicando: por que razão os canais de notícias e generalistas dedicam uma enormíssima percentagem das suas emissões com a análise (?!...) do quotidiano de três clubes de futebol? Estas televisões obedecem a um enquadramento democrático de equidade que a entidade reguladora decerto exige (estou a ironizar, pois estou em crer que esta é a menor das preocupações da ERC).
Prolongando este lamentável perfil de oferendas televisivas, o país continuará a ter uma sociedade civil muito apetecível para as campanhas terceiro mundistas dos partidos políticos. Dito de outro modo: continuará a ter "o melhor povo do mundo", de acordo com o nosso analítico Presidente da República.
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