Confesso que já me custa acompanhar as narrativas da guerra da Ucrânia. Sou do tempo em que se dizia que a Rússia não tinha capacidade militar e que o armamento que utilizava era dos idos da União Soviética, algum mesmo da Segunda Guerra Mundial. Sou também do tempo em que se afirmava que Putin acabaria pendurado numa qualquer árvore, qual Mussolini, pois seria inevitável uma revolta do povo oprimido. Sou do tempo em que os tanques ocidentais seriam a derrota russa, os aviões, as sofisticadas bombas deflagradoras, os mísseis, as antiaéreas...
Tudo isso acabaria com a vergonha e os limites do sonho russo de reconquistar o império soviético, verdadeiro escopo do czar Putin. Mais do que o império soviético: toda a Europa, Lisboa incluída.
Sou do tempo em que um tipo chamado Prigozhin chegaria, com as suas tropas, ao Kremlin e completaria o golpe de Estado. Sou do tempo em que a Rússia era um estado pária.
E sou do tempo em que um chanceler alemão chamado Joachim-Friedrich Martin Josef Merz entregou e autorizou a utilização de mísseis Taurus à Ucrânia, como forma de se defender, adiantando que "Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia, nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, nem pelos americanos".
Serão, assim, estes orgulhosos mísseis alemães que mudarão o curso da guerra.
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