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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2025

Western americano

 Donald Trump já sublinhou que sabe onde está Ali Khamenei, mas que não é sua intenção matá-lo, isto é, assassiná-lo. Estas declarações recordam-nos as de Bush filho, quando sentenciou Bin Laden a "morto ou vivo". Ainda bem que o Direito Internacional funciona, alegadamente.

O mundo é redondo, como uma bola de futebol

 Do que se riem? Trump a ser Trump; António Costa a ser Trump.

Trump a ser Trump no seu melhor

  Donald Trump, a respeito das deslustrosas declarações do presidente Macron, na cimeira G7: "Publicity seekimg Presidnete Emmanuel Macron, of France, mistakenly said that i left the G7 Summit, in CAnada, to go back to D. C.. to workk on a 'cease fire' between Israel and Iran. Wrong! He has no idea why I am now on my way to Washington, but it certainly has nothing to do with a Cease Fire (...) Whether purposely or not, Emmanuel always gets it wrong." Este Donald Trump é, digamos, o Donald Trump com que simpatizo mais, até porque estas declarações são, também, o reflexo de alguém a olhar-se para o espelho.

Paradoxos

Tenho defendido que as superpotências alinham, de uma maneira geral, por uma cartilha muito idêntica. Chamam-lhe doutrina. Uma das criticas que se faz à Rússia, a respeito da invasão da Ucrânia, tem a ver com a irrazoabilidade da sua ação agressiva. Ou seja: a Ucrânia teria todo o direito de entrar para a Nato, de colocar no seu território o armamento que quisesse, pois a soberania é, irrefletidamente, sagrada. Há uma que questão que se deve colocar, tendo em conta este pressuposto: o que faria qualquer presidente dos Estados Unidos da América (Clinton, Bush, Obama, Trump) se a China ou a Rússia convencessem o México ou a Venezuela a deixarem-nos implantar uma base militar nos seus países? Eu sei qual seria a resposta: igual ou pior à que foi a da Rússia. No entanto, não é preciso ir tão longe: os EUA (e, já agora, a triste União Europeia) são claros em relação ao Irão: não podem ter armas nucleares, mesmo que um dos seus crónicos inimigos as tenham em abundância. São paradoxos e estes...

As hipocrisias e as Úrsulas

 Chegamos a um ponto em que o retorno mediático das declarações dos líderes políticos parece ser o foco galvanizador das instituições. Passa-se isso nos EUA e passa-se, também, na UE, embora, aqui, com menos importância e mais difusamente. Leio as declarações de Von der Leyen, que falou, atempadamente, com Netanyahu, declarações essas que são subscritas por outra sumidade representativa da União Europeia, Kaja Kallas, e fico perplexo: "Israel tem o direito de se defender. O Irão é a principal fonte de instabilidade regional (...) o Irão nunca poderá adquirir uma arma nuclear". O que dizer?! Esta gente nem vê o paradoxo argumentativo relativamente à guerra na Ucrânia!

Democracias

  Um dos grandes argumentos do comentariado ocidental a respeito das guerras na Ucrânia e Israel (que a nossa comunicação social alegremente replica) é precisamente o tema da democracia vs. autocracia ou, confusamente, ditadura (a Rússia não é uma ditadura). No entanto, quando a democracia está entregue a personagens como Trump ou Netanyahu começamos a pensar se este sistema de governo que se chama democracia é mesmo o "pior dos sistemas,com exceção de todos os outros". Quero acreditar que Chirchill tem (tinha) razão.

As guerras televisivas

 Temos muitos especialistas a comentar as guerras Ucrânia-Rússia e Israel-Irão. Poucos conseguem fugir ao discurso clubista. Dou por mim a verificar que alguns comentadores desportivos têm mais respeito pelo adversário do que esta gente que anda a pulular pelas televisões a elaborar rebuscadas e antecipadas jogadas das duas equipas, aplaudindo desavergonhadamente as vitórias no campo de batalha.

O comentário televisivo

  Tenho defendido que há, na nossa comunicação social televisiva, uma tendência para o comentário excessivo. Comenta-se tudo horas a fio, dias a fio, semanas a fio, numa alternância temática demolidora. Começou no futebol e o futebol aglutinou a política e, depois, ora por vaidade dos convidados, ora por estratégia das direções dos canais (não acredito que paguem grande coisa a esta gente) implantou-se, definitivamente, o comentário como instituição. O exemplo destes dois dias - a extraordinária queda do avião da Índia e o vergonhoso e demolidor ataque de Israel ao Irão -, com incessantes convidados a repetirem a mesmíssima coisa durante horas e dias mostra bem o estado da arte dos canais de notícias. A respeito do acidente, até desculpo os pobres pilotos e especialistas da aviação que andaram a saltitar de canal em canal a dizerem que só podem especular. O problema é que aparece sempre alguém que acende um rastilho qualquer que é imediatamente aproveitado pelos adeptos das teorias...

Acidente aéreo na Índia

  Como é possível haver um sobrevivente que saiu do avião pelos seus próprios pés, num acidente com estas dimensões? Há uma certeza: é possível!

Futebol em Portugal

 Os bárbaros ataques, ocorridos numa rua de Lisboa, de um grupo de pessoas adeptas do Sporting contra outro grupo de pessoas adeptas do Futebol Clube do Porto seria uma boa oportunidade para os responsáveis desses dois clubes se unirem contra este tipo de situações. Obviamente que a polícia vai investigar e os delinquentes pagarão. No entanto, a mensagem de união dos responsáveis maiores dos clubes teria, porventura, um impacto muito maior no futebol português. Infelizmente, o futebol português precisa destes acontecimentos para continuar a sua senda comunicativa, a qual já começou nas televisões, com, por exemplo, a identificação dos adeptos agredidos do Porto como Super Dragões, como se isso fosse importante. Infelizmente, é mesmo importante, na cabecinha desta gente.

Joana Amaral Dias

 Como não gosto de ficar em casa em dia de eleições, o meu voto nas próximas presidenciais é, até ver, em Joana Amaral Dias. A vertigem mediática presidencialista continuará, se ganhar, assegurada.

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

Haverá quem olhe para esta imagem de outro 10 de junho e suspire pelos apêndices ultramarinos. Para os contentar, lá está o folclore, o futebol e o galo de Barcelos. E Fátima? Por onde anda? Não tardará muito para termos uma alta individualidade da área do partido Chega convidada para presidir à comissão do 10 de junho.

La liga de naciones: quando conseguimos ser tão bons ou melhor do que os melhores

O futebol português é um bom exemplo de como conseguimos ser produtivos, tanto ou mais do que os mais produtivos, quando o nosso nível salarial se assemelha aos demais.

La Liga de Naciones

A final da liga das nações é hoje. Realiza-se em Munique, na Alemanha. O presidente da república e o primeiro-ministro vão estar presentes, para dar força a Portugal. O futebol é das poucas atividades profissionais em que a média da massa salarial é equivalente aos restantes trabalhadores europeus do mesmo ofício (desconfio que o mesmo se passa com os cargos políticos). Só não entendo o que estão lá a fazer o primeiro-ministro e o presidente da república. Não bastava um? Ou nenhum?

Guerra

 A quem interessará a guerra? Fico espantado com o posicionamento quase obsessivo da Alemanha face às considerações bélicas. Até parece que este país, com um longo cadastro de guerras, estava à espera de uma oportunidade para sair da sombra, do seu agrilhoamento. Da Alemanha, sopram velhos ventos visitantes: é preciso apostar numa indústria de guerra forte. O slogan de Trunp tem ultrapassado fronteiras: a Alemanha vai ser grande outra vez. E só existe uma maneira de ser grande: ser poderoso, trazer à memória tudo aquilo que a Alemanha é capaz. Neste seguimento, deparamo-nos com isto: a diretora-geral do departamento alemão de compras militares afirmou que é necessário, num prazo de três anos, as forças armadas (Bundeswehr) estarem fortemente equipadas para assegurar a defesa de um possível ataque russo. Adianta, resolutamente, a senhora, "tudo o que for necessário para se estar totalmente preparado a defender o país deve ser adquirido até 2028". A Europa aplaude. Não sei se o...

A fotografia do avô

  Vi Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, oferecer a certidão de nascimento de Frederick Trump, avô de Donald Trump. E também vi que Donald Trump não pareceu muito agradecido com a prenda, ainda para mais quando acabara de, mais uma vez, falar na necessidade de expulsar não sei quantos milhares de imigrantes.

Elon Musk e Donald Trump

  De um lado, temos um homem todo poderoso e rico, o mais rico entre os ricos; do outro, temos Donald Trump. Não sei qual dos dois é mais astuto ou ingénuo: qual a razão por detrás deste contrato entre estes dois homens que agora se desmembrou, ruidosamente? Acaso alguns dos dois pensou que poderiam ser "amigos para sempre"? Bastava o "drill, baby, drill" e a consequente luta contra os carros elétricos de Trump para perceber a disparidade entre estas duas mundividências. Dito de outro modo: para o bem e para o mal, Donald Trump é um homem com muito do século XX; Elon Musk, para o bem e para o mal, pertence, inteiramente, ao século XXI.

A doutrina

Ainda a propósito do que escrevi aqui , Vladimir Putin já disse a Trump que os ataques que a Ucrânia infligiu à Rússia terão resposta. Neste sentido, é curioso olhar para a resposta de Trump, que é o mesmo que olhar para uma putativa resposta de qualquer presidente dos EUA anterior a Trump: nada! E isto porque os países não são todos iguais, feliz ou infelizmente. No desenho geoestratégico do planeta, há os EUA, a Rússia, a China e, depois, muito depois, vêm os outros e, dentro destes, há uns que pensam que são o que não são. Nos do primeiro grupo, a doutrina é, necessariamente, outra.

Marcelo na Feira do Livro

  Gostei de ver a jovem da feira do livro aproveitar uma brecha mediática do presidente Marcelo para criticar a atitude do governo português perante as atrocidades que se passam em Gaza. Não gostei de ver as explicações de Marcelo, as quais mostram aquilo que Portugal tem sido nos últimos anos, isto é, um país sem voz, sem posicionamento nem identidade própria, no que diz respeito às grandes causas da humanidade. E o genocídio dos palestinos é, sem qualquer sombra de dúvida, uma grande causa civilizacional. Marcelo tem de entender - e já não vai a tempo! - que não se tratam (explicam) assuntos tão desesperadamente dramáticos com um sorriso nos lábios, numa qualquer feira de bovinos ou de livros. Não gostei de ver a rapariga tratar o Presidente da República Portuguesa da maneira como o tratou.

A retórica do ministro

 Miguel Pinto Luz justificou desta maneira, perante as câmeras de televisão, as filas nos aeroportos portugueses: "Precisamente hoje, em Faro, começaram novas máquinas 'Entry and Exit System' já a funcionar". Adiantou, de seguida: "[Os investimentos] em novos servidores, novas máquinas, garantem que nas próximas duas semanas a situação vai tendencialmente ficar regularizada". Não sei se Miguel Pinto Luz terá um futuro promissor como ministro, mas como vendedor de automóveis de certeza que o sucesso será, para o país, mais profícuo.

A casa da partida russo-ucraniana

  A guerra entre  a Rússia e a Ucrânia é seguida, nas nossas televisões, com curiosidade mórbida. Aplaudem-se os ataques ucranianos, elaborando-se, de imediato, teses mirabolantes sobre a capacidade tecnológica e militar da Ucrânia. Nunca, quase nunca se reflete na resposta da Rússia a esses ataques. E ela vem, inevitavelmente, pausadamente, destrutivamente. Volta-se, depois, ao mesmo: a Rússia não quer a paz, Trump perde a paciência, Friedrich Merz, Macron e Starmer, com o apêndice Zelensky, reúnem-se, de novo. E, de novo, se ergue a voz da Europa, a voz da razão, da paz, da hipocrisia.

António josé Seguro

 António José Seguro só tem uma coisa a fazer: deixar de ser um putativo a putativo candidato do PS. Explicando: à parte dos habituais encómios dirigidos ao ex-líder socialista , que são usuais nestas ocasiões de serviço à pátria, Seguro é, neste momento (sempre foi, na verdade, desde que se alcandorou em candidato presidencial), mais um fator de desestabilização do Partido Socialista. Ou o partido arranja um candidato a sério, para ganhar (o único mais à mão é mesmo António Vitorino), ou é melhor fazer como o Chega: ausentar-se. Aliás, para o PS, já não seria a primeira vez. Adenda: pronto! António josé Seguro não foi a tempo de ler esta minha humilde reflexão: o homem vai mesmo candidatar-se a presidente da República. Está no seu direito. Seguro estará a fiar-se no "bom senso e sabedoria do povo português" (expressão automatizada usada por todos os candidatos presentes, passados e futuros). Li esta sua frase, retirada do anúncio presidencial: "O que nos falta não é ape...

A segunda figura

Aguiar-Branco encerrou a última legislatura parlamentar com críticas depreciativas quase unânimes relativamente à sua ação, durante os curtos e famosos 11 meses, enquanto presidente da Assembleia da República. No entanto, a sua fraca, fraquissima prestação na condução dos trabalhos parlamentares não será suficiente para a sua substituição na legislatura que hoje se inicia. O Chega, por exemplo, já anuiu no seu voto; o PS, completamente anestesiado e moribundo, parece já nem contar para estas decisões. Do mesmo modo, dos restantes partidos não se esperará mais do que uns envergonhados esbirros para justificar a sua existência numa televisão perto de nós, neste alegre primeiro dia.

Banco Alimentar contra a Fome

Serei eu o único que fica incomodado com a visibilidade mediática, alavancada sistematicamente pelo nosso mediatíssimo Presidente da República, do Banco Alimentar contra a Fome? O próprio nome da instituição dever-nos-ia envergonhar.

José Sócrates

Vi a entrevista de José Sócrates na CNN Portugal. O jornalista conduziu a entrevista sem ter a preocupação de se sobrepor ao entrevistado. E isso, nos dias que correm, é de louvar. Quanto ao conteúdo da entrevista, gostei de ver José Sócrates defender a matriz de modernização dos seus governos e também as críticas à cobardia política do seu partido. Eu questiono-me: por que razão nunca vi o PS defender qualquer medida que os governos de José Sócrates projetou? Sendo Sócrates um político do nosso tempo, ao vê-lo analisar os atuais meandros da política, parece que estamos a olhar para alguém com um sustentado anacronismo. Dito de outro modo: não tenho qualquer dúvida que, nos dias que correm, Portugal seria uma voz muito mais assertiva e audível no panorama internacional, com o Sócrates da primeira legislatura.

"La victoire" do PSG, do futebol e de Emmanuel Macron

"Champions mon frère! Jour de gloire por le PSG! Bravo! Nous sommes fiers. Paris, capitale de l’Europe ce soir". Foi desta maneira, à Marcelo, que Macron parabenizou os novos campeões europeus. Segundo as notícias de hoje,  o "pós-match" já causou 2 mortos, 500 e tal detidos, dezenas de carros incendiados, lojas pilhadas... "Paris, capitale de l'Europe ce soirr"! Nada de extraordinário, parece... O futebol segue dentro de momentos.

O futebol português e a indignação de André Villas-Boas

  Não ligo muito ao que se passa no futebol português. E a razão é simples: somos um país "sui generis" na abordagem deste desporto e, por consequência, no desporto em geral. Há, em Portugal, uma vivência do futebol que se pode considerar patológica. Não é normal, por exemplo, 3 clubes amplificarem até 90, 95% dos adeptos e também, eventualmente, das receitas audiovisuais. Isto para não falar na falta de democraticidade da comunicação social face à irrelevância que projetam os clubes, com a exceção dos três grandes. Tudo isto vem a propósito do que ouvi de André Villas-Boas, presidente do Futebol Clube do Porto. Diz então Villas-Boas, entre outras coisas (presumo) que o futebol português não pode continuar a ter jogos com 500 ou 600 pessoas nos estádios a assistir, ou clubes que joguem os seus jogos caseiros a 100 quilómetros da sua sede. Villas-Boas lá saberá, e tem o meu apoio numa eventual luta por uma mudança de paradigma, a qual só poderia acontecer "à bruta", ...

Rui Rocha demite-se

  Primeiro foi Cotrim de Figueiredo que, surpreendentemente, se demitiu de presidente da Iniciativa Liberal; agora é Rui Rocha que, supreendentemente, se demite de presidente da Iniciativa Liberal, ao fim de dois anos e meio de liderança. Os argumentos são os mesmos e são fracos: novo ciclo político, novos desafios, nova liderança, desprendimento. Ser liberal é isso?