Aguiar-Branco encerrou a última legislatura parlamentar com críticas depreciativas quase unânimes relativamente à sua ação, durante os curtos e famosos 11 meses, enquanto presidente da Assembleia da República. No entanto, a sua fraca, fraquissima prestação na condução dos trabalhos parlamentares não será suficiente para a sua substituição na legislatura que hoje se inicia. O Chega, por exemplo, já anuiu no seu voto; o PS, completamente anestesiado e moribundo, parece já nem contar para estas decisões. Do mesmo modo, dos restantes partidos não se esperará mais do que uns envergonhados esbirros para justificar a sua existência numa televisão perto de nós, neste alegre primeiro dia.
A luta do PSD e CDS para deixar de fora o PPM permanecendo, no entanto, com a sigla AD foi chumbada pelo Tribunal Constitucional. Se quiserem continuar coligados, estes dois partidos terão de alterar a sigla, pois o PPM faz parte dela. O mais curioso, a meu ver, diz respeito ao CDS, o qual, com sabemos, está representado no parlamento não por mérito próprio, mas por estar coligado com o PSD. O CDS, com a sua enorme força política, não quer a companhia de pequenos partidos na coligação. Um dia, o PSD acorda e verifica que o CDS afinal, só lhe traz problemas, convidando, quem sabe, a Iniciativa Liberal para ocupar o lugar deixado vago pelo CDS-PP. E será nesse dia que o partido fundado por Freitas do Amaral se tornará próximo do PPM, quanto mais não seja pela inexistência representativa. Talvez os Nunos Melos que por lá pululam se lembrem então que não basta andarem encostados para existir.
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