Aguiar-Branco encerrou a última legislatura parlamentar com críticas depreciativas quase unânimes relativamente à sua ação, durante os curtos e famosos 11 meses, enquanto presidente da Assembleia da República. No entanto, a sua fraca, fraquissima prestação na condução dos trabalhos parlamentares não será suficiente para a sua substituição na legislatura que hoje se inicia. O Chega, por exemplo, já anuiu no seu voto; o PS, completamente anestesiado e moribundo, parece já nem contar para estas decisões. Do mesmo modo, dos restantes partidos não se esperará mais do que uns envergonhados esbirros para justificar a sua existência numa televisão perto de nós, neste alegre primeiro dia.
No decurso do após a Segunda Guerra Mundial, o papel da Europa no mundo, enquanto bloco em construção, sempre foi pautado pela aposta no diálogo e na diplomacia. A União Europeia é, neste pressuposto, o exemplo acabado dessa aposta: um espaço de diálogo entre as nações, uma espécie de nações unidas europeia, alargando o seu campo de ação para a união e o desenvolvimento económicos. A mensagem belicista estava, geralmente, a cargo de outros, bem mais capazes neste campo. Este panorama foi possível durar porque existiam pessoas com verdadeiras competências de liderança política, onde o primado estava sempre na dignidade do ser humano, em que a guerra, enquanto aposta na resolução de conflitos, só seria equacionada quando se esgotassem, radicalmente, todas as hipóteses diplomáticas. Não é isso que acontece nos nossos dias. De repente, acordamos e vemos a Europa e a União Europeia a cortarem os canais diplomáticos com a Rússia, país com o qual teremos de estar sempre ligados, po...
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