Não ligo muito ao que se passa no futebol português. E a razão é simples: somos um país "sui generis" na abordagem deste desporto e, por consequência, no desporto em geral. Há, em Portugal, uma vivência do futebol que se pode considerar patológica. Não é normal, por exemplo, 3 clubes amplificarem até 90, 95% dos adeptos e também, eventualmente, das receitas audiovisuais. Isto para não falar na falta de democraticidade da comunicação social face à irrelevância que projetam os clubes, com a exceção dos três grandes.
Tudo isto vem a propósito do que ouvi de André Villas-Boas, presidente do Futebol Clube do Porto. Diz então Villas-Boas, entre outras coisas (presumo) que o futebol português não pode continuar a ter jogos com 500 ou 600 pessoas nos estádios a assistir, ou clubes que joguem os seus jogos caseiros a 100 quilómetros da sua sede.
Villas-Boas lá saberá, e tem o meu apoio numa eventual luta por uma mudança de paradigma, a qual só poderia acontecer "à bruta", isto é, por decreto.
É mais mais fácil, em Portugal acontecerem terremotos políticos ou até mesmo revoluções do que alterar o futebol português.
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