Luís Montenegro é Luís Montenegro: uma vez chico-esperto, para sempre chico-esperto. Conhecemo-lo melhor, relativamente a esta sua qualidade (sim, os chico-espertos assumem a chico-espertice como uma elevada qualidade), com o adormecido caso da Spinumviva: pose estadista que não gosta de discutir minudências, filhos e mulher abalados ao ponto de serem quase párias, o trabalhador incansável na linha do "american dream" ou self-made man" e, sobretudo, o pedantismo exposto até ao limite aceitável.
Lembrou-se, agora, de mais um truquezito, agora que, verdadeiramente, ninguém anda com atenção a esta coisa da política, pois o sol e a praia falam mais alto.
Do que se lembrou, então, o primeiro-ministro? De elogiar Mário Centeno, ao ponto de deixar na atmosfera estival a possibilidade de Mário Centeno suceder, no cargo de governador do Banco de Portugal, a Mário Centeno. Evidentemente que o nosso jornalismo, radicalmente estúpido, andou a propagandear esta ilusão.
Claro que Montenegro é quem manda e quem manda pode e o primeiro-ministro encerrará aqui mais um simplório e vinculativo episódio pedante elegendo, com um inefável discurso, o ilustre dr. não sei quantas como governador do Banco de Portugal, com os respetivos encómios, evidentemente, ao sr. dr. Mário Centeno, que cumpriu, leal e honradamente, a sua missão como governador do Banco de Portugal.
Enganar-me-ei? Não, claro que não.
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