Não sei se a guerra na Ucrânia caminha para um fim. Tudo indica que sim, que Trump, na sua (legítima, porque não!) ânsia de engavetar o prémio Nobel da Paz tudo irá fazer para que a sua voz consiga alcançar os ecos desejados perante Vladimir Putin. Mas sei que a União Europeia não teve arte nem engenho para se posicionar no lugar que lhe competia, ou seja, o espaço da diplomacia, da paz. Optou pelo oposto: uma linguagem excessivamente bélica, excessivamente russófoba, que, de sanção em sanção, se autoagrilhoou nos seus propósitos punitivos. Não conseguiu, portanto, sair desse redil. As vozes dissonantes eram logo acusadas de russófilas, amigas de Putin.
É o caso, por exemplo, de Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro. Pode-se não gostar da personagem e as razões para isso existem, mas o histórico de Orbán neste assunto foi, de longe, comparativamente aos seus homólogos, o mais harmonioso e, por isso, o mais consentâneo com o resultado final que se vai exalar na "conferência de paz" entre Trump e Putin. Nesta sua linha de atuação, Viktor Orbán defendeu, há dias - e para ser feita o mais rapidamente possível -, uma cimeira entre a Rússia e a União Europeia, representada esta por Macron e Merz.
Quem é que é, neste assunto, o radical? Orbán não o é, de certeza.
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