Parece que entendi: em paralelo com a aposta conjunta da União Europeia em defesa (ou projetos de defesa, pois parece-me que os projetos já estão espantosamente elaborados), a Alemanha vai investir, durante um período considerável de tempo (12 anos), quantias fabulosas na sua indústria de defesa. Obviamente, a Alemanha não pode ficar atrás dos outros países. A outra Europa, agora tão estruturalmente precavida, vive bem com estas aspirações. Um dia, com os paióis a abarrotar, acordaremos com um Adolfo da AFD na chancelaria. Será talvez nesse dia que negociaremos com o terrível Adamastor que vive perto de nós e que, uma dia, nos idos de quarenta do século passado, ajudou a salvar esta bela Europa da barbárie nazi.
A luta do PSD e CDS para deixar de fora o PPM permanecendo, no entanto, com a sigla AD foi chumbada pelo Tribunal Constitucional. Se quiserem continuar coligados, estes dois partidos terão de alterar a sigla, pois o PPM faz parte dela. O mais curioso, a meu ver, diz respeito ao CDS, o qual, com sabemos, está representado no parlamento não por mérito próprio, mas por estar coligado com o PSD. O CDS, com a sua enorme força política, não quer a companhia de pequenos partidos na coligação. Um dia, o PSD acorda e verifica que o CDS afinal, só lhe traz problemas, convidando, quem sabe, a Iniciativa Liberal para ocupar o lugar deixado vago pelo CDS-PP. E será nesse dia que o partido fundado por Freitas do Amaral se tornará próximo do PPM, quanto mais não seja pela inexistência representativa. Talvez os Nunos Melos que por lá pululam se lembrem então que não basta andarem encostados para existir.
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