Pedro Sánchez, presidente do conselho de ministros espanhol, apelou, no Chile, na cimeira Democracia Sempre, uma coordenação mais efetiva dos governos progressistas perante aquilo que ele considera o perigo reacionário ligado a um discurso de ódio, divisionista, da mentira. Podia também acrescentar o adjetivo belicista, que se enquadrava muito bem na sua linha discursiva. Não o fez. Mas devia tê-lo feito. Daria jeito a uma União Europeia mais vozes "progressistas", até para não confundirmos este progressismo evocado por Sánchez com o progressismo alinhavado e rasurados de Vítor Orbán ou Robert Fico.
No decurso do após a Segunda Guerra Mundial, o papel da Europa no mundo, enquanto bloco em construção, sempre foi pautado pela aposta no diálogo e na diplomacia. A União Europeia é, neste pressuposto, o exemplo acabado dessa aposta: um espaço de diálogo entre as nações, uma espécie de nações unidas europeia, alargando o seu campo de ação para a união e o desenvolvimento económicos. A mensagem belicista estava, geralmente, a cargo de outros, bem mais capazes neste campo. Este panorama foi possível durar porque existiam pessoas com verdadeiras competências de liderança política, onde o primado estava sempre na dignidade do ser humano, em que a guerra, enquanto aposta na resolução de conflitos, só seria equacionada quando se esgotassem, radicalmente, todas as hipóteses diplomáticas. Não é isso que acontece nos nossos dias. De repente, acordamos e vemos a Europa e a União Europeia a cortarem os canais diplomáticos com a Rússia, país com o qual teremos de estar sempre ligados, po...
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