A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário da Palma Ramalho, lembrou-se de trazer para a ribalta da discussão política, com o natural aval do conselho de ministros, um pouco das alienações do governo que afirmou, um dia, que queria ir mais além do que a troika. Esse governo, liderado por Passos Coelho e aplaudido ferreamente por Luís Montenegro, para além das inelutáveis pretensões moralistas, pretendia também castigar, exemplarmente, todos os que abusavam dos benefícios sociais do estado português. Naturalmente, os principais alvos dos benefícios sociais caíram, praticamente na totalidade, nas classes sociais mais degradadas, incluindo aqui grande parte da classe média.
Descobriu agora a extraordinária ministra Maria do Rosário que as mães deste país são, regra geral, umas estupendas mentirosas amamentadeiras, que prolongam essa capacidade de aleitamento até à escola primária. Eu não sabia e presumo que a ministra também o não sabe. Quis, simplesmente, mostrar serviço, à Chega, na sua capacidade de castigar as aldrabice das mães que usam os seus bebés para prolongar as duas horas que a lei permite até ao limite. Acontece que os estudos feitos nesta matéria mostram exatamente o contrário: as mães descartam rapidamente a faculdade de amamentação das duas crias.
Maria do Rosário não consegue discernir que a sua vizinha do andar de cima não é, felizmente, a regra.
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