Qualquer episódio, por mais calendarizado que seja, é motivo para a edificação argumentária de um edifício bélico. As hostes europeias salivam. Querem uma guerra. Tentam, a todo o custo, convencer o presidente dos E. U. A., desejando que, um dia, ele acorde com ideias luminosas parecidas com as que por cá se vão apelando. A Rússia só conhece a força, dizem muitos dos nossos especialistas. Deve ser por isso que cortaram os canais diplomáticos.
No decurso do após a Segunda Guerra Mundial, o papel da Europa no mundo, enquanto bloco em construção, sempre foi pautado pela aposta no diálogo e na diplomacia. A União Europeia é, neste pressuposto, o exemplo acabado dessa aposta: um espaço de diálogo entre as nações, uma espécie de nações unidas europeia, alargando o seu campo de ação para a união e o desenvolvimento económicos. A mensagem belicista estava, geralmente, a cargo de outros, bem mais capazes neste campo. Este panorama foi possível durar porque existiam pessoas com verdadeiras competências de liderança política, onde o primado estava sempre na dignidade do ser humano, em que a guerra, enquanto aposta na resolução de conflitos, só seria equacionada quando se esgotassem, radicalmente, todas as hipóteses diplomáticas. Não é isso que acontece nos nossos dias. De repente, acordamos e vemos a Europa e a União Europeia a cortarem os canais diplomáticos com a Rússia, país com o qual teremos de estar sempre ligados, po...
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