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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2025

Meio bijou

 Quando se chega ao ponto de um governo de qualquer país propor um aumento, no subsídio de refeição, de meio papo-seco (10 cêntimos), parece-me que está tudo dito. Será mesmo verdade!?

Os belicistas loucos

  Anoto uma frase do ministro da defesa belga, Theo Francken : "Se Putin atacar Bruxelas , Moscovo será dizimada do mapa". Penso que ninguém lhe perguntou: por que razão a Rússia atacaria Bruxelas? Não lhe perguntaram, porque não interessa perguntar. O que interessa, no contexto em que vivemos, é alimentar uma teoria conspirativa que tem a guerra como farol incandescente que é suposto iluminar os ínvios caminhos destes líderes. Eu pensava que só as grandes potências militares se davam ao luxo de elaborar conjeturas deste teor (a doutrina militar, nestes países, não difere muito). Pelos vistos, enganei-me. O senhor ministro das guerras belga quer ser também o ministro da tontearia da União Europeia . Candidatos há muitos: ponha-se na fila, se faz favor.

Mar das caraíbas "under attack"

 Passa completamente ao lado dos nossos europeizados olhos as mortes que Donald Trump tem ordenado a alguns barcos suspeitos de tráfego de droga. Infelizmente, não são os barcos que morrem, mas sim pessoas que, provavelmente, nada têm a ver com o negócio de drogas. No tempo da Europa civilizada , atos deste tipo eram criticados, advogando que, primeiro, é suposto os suspeitos serem interrogados. Mas vivemos em tempos novos, novos tempos desumanizados. A par desta desumanização , há toda uma hipocrisia que vem ao de cima através dos silêncios e dos discursos redondos que nada, mesmo nada acrescentam, a não ser mortes que facilmente poderiam ser evitadas.

Brand new world

É assim... Num shopping, em Vila Real. Agradeço ao cão e ao dono do cão permitirem-me tirar esta fotografia.

Vergonha alheia

Tenho dito e redito que o futebol em Portugal é um extraordinário espelho do país, quiçá o mais completo material de estudo para entender o que é Portugal sociologicamente. Tenho também repetido que o tratamento que a comunicação social dá a esta atividade ajuda a embrutecer-nos. As eleições do Benfica são um exemplo paradigmático desta minha reflexão. O Benfica bateu um recorde mundial de votantes! (ponto de exclamação). Serviu-nos a comunicação social este dado factual, como se tratasse de um feito civilizacional capaz de roer de inveja os reais madrides da Europa, ou até as alemanhas e suíças, nossas vizinhas. As eleições de um clube de futebol é o assunto mais importante de Portugal. Ser presidente do Benfica é muito mais importante do que ser presidente da República. Sendo assim, o António José Saraiva está perdoado.

Balsemão e os encómios

  Os elogios "post mortem" a Francisco Pinto Balsemão foram, indubitavelmente, justos e, aparentemente, sinceros. Houve, todavia, um elogio que, estou em crer, Pinto Balsemão não gostaria que fosse tão insistentemente elaborado, que é o de que ele nunca se interpunha no trabalho do jornalista. Ora, a questão deve colocar-se: por que razão deveria o "patrão" imiscuir-se, com olhos de censor, no trabalho do jornalista?. Será que o "novo normal" em que vivemos já ultrapassou (espezinhou) esta linha vermelha? Nota: a imagem reproduzida é da autoria do pintor e escultor Botelho (fonte: Wikipédia).

Burkas

  Há argumentos válidos para ambos os lados. No entanto, uma coisa me parece oportuno salientar: o PSD aceitou um pacto que, decerto, irá ter consequências para o país e também para o partido. E não será por causa da defesa destas questiúnculas que o Chega ganhará eleições.

Comentários, comentadores

 O problema deve ser meu, mas confesso que me irrita um bocadinho ver deputados a comentar, "profissionalmente", o roubo sistemático que a sua equipa (leia-se:  Sporting , F. C. Porto ou Benfica ) é alvo por parte das " equipas de arbitragens ". Do mesmo modo, também me irrita um bocadinho ver comentadores jornalistas (ou, simplesmente, comentadores "encartados") a darem "uma perninha" no comentário político, nacional ou internacional. Somos, de facto, um país "sui generis ".

Paz pela força

 Parece que já temos as primeiras consequências de Trump Não ter arrecadado o prémio Nobel da Paz . O diálogo com a Rússia já teve melhores dias. É o que a Europa gosta . E Zelensky também. Esquece-se, todavia, esta gente, de que a Rússia não pode ser tratada com um país qualquer. Façamos o seguinte exercício: substituir a Rússia pelos Estados Unidos . Inconcebível, não??

Eduardo Sá

  O pedopsiquiatra Eduardo Sá foi sempre uma figura respeitada nos assuntos que dizem respeito à sua área de interesse profissional. Por causa de um acidente doméstico, desloca-se numa cadeira de rodas. Tem dado entrevistas públicas sobre o assunto. E essas entrevistas devem-nos despertar para a incúria com que o estado português trata as pessoas com mobilidade reduzida . Como cidadão, só lhe posso agradecer a coragem a a competência. Infelizmente, Portugal está a um nível miserável no tratamento que dá a pessoas que necessitam de apoio para as suas deslocações. Seria bom que isso se alterasse. Seria bom, de facto, que copiássemos aqueles países mais civilizados (mais civilizados, sim: como se mede o grau de civilização de um país, se não tivermos em conta a capacidade de resposta aos mais desfavorecidos?).

O discurso vitorioso de Trump

  Trump discursou no parlamento israelita . Anoto uma parte do seu (bom) discurso: somos uma nação poderosa, militarmente poderosa, a mais poderosa do mundo ( Biden já o repetira) e fornecemos boas armas a Israel durante esta guerra (com o Hamas ). Eles (Israel) fizeram um bom uso delas. Trump poderia ter sido  prémio Nobel da Paz ? Claro que sim.

Os nobéis da paz

  Maria Corina Machado foi a escolhida, pelo comité de sábios correspondente, para o prémio Nobel da Paz. Não se consegue entender o prémio. por muitas explicações e simpatias pela personalidade, Corina Machado é uma adversária política do presidente da Venezuela, como já o foram outros antes dela. Ganhar o prémio Nobel da Paz exclusivamente por essa razão, é muito pouco, poucochinho.

Terroristas

  Com grupos terroristas não e negoceia, dizem os hodiernos arautos bélicos , justificando a premissa com a ideia de que aqueles só entendem uma coisa, que é a força, o poder das armas. Pois bem, andamos apelidar, nestes, principalmente, últimos 24 meses o Hamas como um grupo terrorista . Independentemente de o ser ou não (terrorismo é também o que o Estado de Israel faz, ou algumas ações da Ucrânia e da Rússia , por exemplo, e não são "grupos terroristas"), é óbvio que estas frases eloquentes não são verdadeiras. A diplomacia faz-se, também com terroristas. E ainda bem.

Acordo de cesdar-fogo em Gaza

O acordo de cessar-fogo acordado em Gaza entre Israel e o Hamas, sob o patrocínio de Donald Trump, tem um vencedor, que é a diplomacia. A diplomacia ganha guerras. Só é pena que a União Europeia de António Costa e Úrsula von der Leyen e Kallas não entenda essa premissa.

Comentadores

Acabei de ouvir Carlos Magno, no alto da sua verve político-sociológica, afirmar contundentemente que o PCP apoia a guerra da Ucrânia. Onde será que ele ouviu isso? Vivemos assim, nesta era da aldrabice, perdão, das "fake news".

A guerra na Ucrânia: os comentários e os comentadores

 O que leva as televisões a enveredarem por um comentário político "ad nauseaum", a respeito da guerra na Ucrânia ? O que oferecem estas pessoas que diariamente povoam os ecrãs televisivos? Entre a tentativa de mostrar originalidade e erudição, existe um ponto de confluência que é o ridículo. O hipercomentarismo tornou-se banal com o futebol. Este alargou-se desassombrosamente ao comentário político. Alguns comentadores entram numa pretensão ilusória de que do outro lado os ouvem atentamente e que são "fazedores de opinião". Não podiam estar mais errados: as pessoas que os veem procuram mais ou menos o mesmo que os telespectadores que visionam os inflamados debates futebolísticos . Há, nesta onda (moda) televisiva um não sei quê de alguma patologia .

Democracias

O estado de Israel é a única democracia naquelas paragens. Este é um dos argumentos dos defensores deste país face ao genocídio em Gaza. Israel, sendo "no papel" uma democracia, comporta-se como um estado terrorista, matando, indiscriminadamente, palestinos. Os Estados Unidos da América apoiam, indiscriminadamente, o estado judeu. Os Estados Unidos da América são apontados como o paradigma da democracia, principalmente no que aos direitos humanos diz respeito, os quais se encontram vertido na própria declaração de independência, de 1776 . Ora, estas duas proclamadas democracias constituem, neste momento da história contemporânea, uma vergonha da própria democracia. Os E. U. A., ao assumirem a sua concordância incondicional face à atuação genocida de Israel, posiciona-se, naturalmente, do lado oposto - ou, pelo menos, obscuro - da democracia. Nada que nos surpreenda, se tivermos em conta o seu historial. E a culpa não é de Trump , isso é também uma certeza.

O caso Ivo Rosa, Sócrates e Ministério Público

  José Sócrates tem aqui uma oportunidade de se fazer ouvir no tribunal europeu . O que aconteceu, com esta incrível perseguição a Ivo Rosa e – mais preocupante ainda – a publicação nos media dessa mesma perseguição é, a meu ver, um relevante testemunho do claro enviesamento acusatório do Ministério Público . Sócrates tem lutado e lutado contra esta perseguição “ad hominem”. Vale mesmo tudo?

O nosso ministro da defesa

Nuno Melo já nos habituou a opiniões encaixadas perfeitamente naquilo que é a identidade maior dos partidos de extrema direita. Este vínculo identitário passa, natural e sobretudo, por aquilo que se aproxima, em ações mas, sobretudo, em retórica política, de um neofascismo abundantemente alimentado por variadíssimos setores da sociedade. Nuno Melo afirmou que os ocupantes da flotilha que, em protesto contra o que se passa em Gaza, chegaram a águas internacionais, são apoiantes do Hamas. Nuno Melo é o ministro da defesa de Portugal. Nuno Melo tem azar: chegou tarde a lider do CDS-PP: o neofascismo já está, em Portugal, ocupado pelo Chega. Talvez um dia - no dia em que o CDS desapareça - vejamos Nuno Melo alavancado nas rédeas do partido Chega.

Ivo Rosa investigado

 Vamos lá ver se entendi: o juiz Ivo Rosa , que reduziu drasticamente as acusações que pendiam sobre José Sócrates , andou, durantes dois silenciosos anos, a ser investigado pela Polícia Judiciária , a mando do Ministério Público . Tudo partiu de uma insuflada e deleitosa denúncia anónima , que o acusara de ser corrupto. A acusação foi arquivada. Podemos olhar para isto com olhares diferenciados. Por um lado, é o estado de direito a funcionar; por outro lado, é o abuso de poder do Ministério Público, os mesmo que crucificaram o ex-primeiro-ministro. Inclino-me mais para esta segunda hipótese.