De um lado, temos um homem todo poderoso e rico, o mais rico entre os ricos; do outro, temos Donald Trump. Não sei qual dos dois é mais astuto ou ingénuo: qual a razão por detrás deste contrato entre estes dois homens que agora se desmembrou, ruidosamente? Acaso alguns dos dois pensou que poderiam ser "amigos para sempre"? Bastava o "drill, baby, drill" e a consequente luta contra os carros elétricos de Trump para perceber a disparidade entre estas duas mundividências. Dito de outro modo: para o bem e para o mal, Donald Trump é um homem com muito do século XX; Elon Musk, para o bem e para o mal, pertence, inteiramente, ao século XXI.
No decurso do após a Segunda Guerra Mundial, o papel da Europa no mundo, enquanto bloco em construção, sempre foi pautado pela aposta no diálogo e na diplomacia. A União Europeia é, neste pressuposto, o exemplo acabado dessa aposta: um espaço de diálogo entre as nações, uma espécie de nações unidas europeia, alargando o seu campo de ação para a união e o desenvolvimento económicos. A mensagem belicista estava, geralmente, a cargo de outros, bem mais capazes neste campo. Este panorama foi possível durar porque existiam pessoas com verdadeiras competências de liderança política, onde o primado estava sempre na dignidade do ser humano, em que a guerra, enquanto aposta na resolução de conflitos, só seria equacionada quando se esgotassem, radicalmente, todas as hipóteses diplomáticas. Não é isso que acontece nos nossos dias. De repente, acordamos e vemos a Europa e a União Europeia a cortarem os canais diplomáticos com a Rússia, país com o qual teremos de estar sempre ligados, po...
Comentários
Enviar um comentário