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Burkas

  Há argumentos válidos para ambos os lados. No entanto, uma coisa me parece oportuno salientar: o PSD aceitou um pacto que, decerto, irá ter consequências para o país e também para o partido. E não será por causa da defesa destas questiúnculas que o Chega ganhará eleições.
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Comentários, comentadores

 O problema deve ser meu, mas confesso que me irrita um bocadinho ver deputados a comentar, "profissionalmente", o roubo sistemático que a sua equipa (leia-se:  Sporting , F. C. Porto ou Benfica ) é alvo por parte das " equipas de arbitragens ". Do mesmo modo, também me irrita um bocadinho ver comentadores jornalistas (ou, simplesmente, comentadores "encartados") a darem "uma perninha" no comentário político, nacional ou internacional. Somos, de facto, um país "sui generis ".

Paz pela força

 Parece que já temos as primeiras consequências de Trump Não ter arrecadado o prémio Nobel da Paz . O diálogo com a Rússia já teve melhores dias. É o que a Europa gosta . E Zelensky também. Esquece-se, todavia, esta gente, de que a Rússia não pode ser tratada com um país qualquer. Façamos o seguinte exercício: substituir a Rússia pelos Estados Unidos . Inconcebível, não??

Eduardo Sá

  O pedopsiquiatra Eduardo Sá foi sempre uma figura respeitada nos assuntos que dizem respeito à sua área de interesse profissional. Por causa de um acidente doméstico, desloca-se numa cadeira de rodas. Tem dado entrevistas públicas sobre o assunto. E essas entrevistas devem-nos despertar para a incúria com que o estado português trata as pessoas com mobilidade reduzida . Como cidadão, só lhe posso agradecer a coragem a a competência. Infelizmente, Portugal está a um nível miserável no tratamento que dá a pessoas que necessitam de apoio para as suas deslocações. Seria bom que isso se alterasse. Seria bom, de facto, que copiássemos aqueles países mais civilizados (mais civilizados, sim: como se mede o grau de civilização de um país, se não tivermos em conta a capacidade de resposta aos mais desfavorecidos?).

O discurso vitorioso de Trump

  Trump discursou no parlamento israelita . Anoto uma parte do seu (bom) discurso: somos uma nação poderosa, militarmente poderosa, a mais poderosa do mundo ( Biden já o repetira) e fornecemos boas armas a Israel durante esta guerra (com o Hamas ). Eles (Israel) fizeram um bom uso delas. Trump poderia ter sido  prémio Nobel da Paz ? Claro que sim.

Os nobéis da paz

  Maria Corina Machado foi a escolhida, pelo comité de sábios correspondente, para o prémio Nobel da Paz. Não se consegue entender o prémio. por muitas explicações e simpatias pela personalidade, Corina Machado é uma adversária política do presidente da Venezuela, como já o foram outros antes dela. Ganhar o prémio Nobel da Paz exclusivamente por essa razão, é muito pouco, poucochinho.

Terroristas

  Com grupos terroristas não e negoceia, dizem os hodiernos arautos bélicos , justificando a premissa com a ideia de que aqueles só entendem uma coisa, que é a força, o poder das armas. Pois bem, andamos apelidar, nestes, principalmente, últimos 24 meses o Hamas como um grupo terrorista . Independentemente de o ser ou não (terrorismo é também o que o Estado de Israel faz, ou algumas ações da Ucrânia e da Rússia , por exemplo, e não são "grupos terroristas"), é óbvio que estas frases eloquentes não são verdadeiras. A diplomacia faz-se, também com terroristas. E ainda bem.

Acordo de cesdar-fogo em Gaza

O acordo de cessar-fogo acordado em Gaza entre Israel e o Hamas, sob o patrocínio de Donald Trump, tem um vencedor, que é a diplomacia. A diplomacia ganha guerras. Só é pena que a União Europeia de António Costa e Úrsula von der Leyen e Kallas não entenda essa premissa.

Comentadores

Acabei de ouvir Carlos Magno, no alto da sua verve político-sociológica, afirmar contundentemente que o PCP apoia a guerra da Ucrânia. Onde será que ele ouviu isso? Vivemos assim, nesta era da aldrabice, perdão, das "fake news".

A guerra na Ucrânia: os comentários e os comentadores

 O que leva as televisões a enveredarem por um comentário político "ad nauseaum", a respeito da guerra na Ucrânia ? O que oferecem estas pessoas que diariamente povoam os ecrãs televisivos? Entre a tentativa de mostrar originalidade e erudição, existe um ponto de confluência que é o ridículo. O hipercomentarismo tornou-se banal com o futebol. Este alargou-se desassombrosamente ao comentário político. Alguns comentadores entram numa pretensão ilusória de que do outro lado os ouvem atentamente e que são "fazedores de opinião". Não podiam estar mais errados: as pessoas que os veem procuram mais ou menos o mesmo que os telespectadores que visionam os inflamados debates futebolísticos . Há, nesta onda (moda) televisiva um não sei quê de alguma patologia .

Democracias

O estado de Israel é a única democracia naquelas paragens. Este é um dos argumentos dos defensores deste país face ao genocídio em Gaza. Israel, sendo "no papel" uma democracia, comporta-se como um estado terrorista, matando, indiscriminadamente, palestinos. Os Estados Unidos da América apoiam, indiscriminadamente, o estado judeu. Os Estados Unidos da América são apontados como o paradigma da democracia, principalmente no que aos direitos humanos diz respeito, os quais se encontram vertido na própria declaração de independência, de 1776 . Ora, estas duas proclamadas democracias constituem, neste momento da história contemporânea, uma vergonha da própria democracia. Os E. U. A., ao assumirem a sua concordância incondicional face à atuação genocida de Israel, posiciona-se, naturalmente, do lado oposto - ou, pelo menos, obscuro - da democracia. Nada que nos surpreenda, se tivermos em conta o seu historial. E a culpa não é de Trump , isso é também uma certeza.

O caso Ivo Rosa, Sócrates e Ministério Público

  José Sócrates tem aqui uma oportunidade de se fazer ouvir no tribunal europeu . O que aconteceu, com esta incrível perseguição a Ivo Rosa e – mais preocupante ainda – a publicação nos media dessa mesma perseguição é, a meu ver, um relevante testemunho do claro enviesamento acusatório do Ministério Público . Sócrates tem lutado e lutado contra esta perseguição “ad hominem”. Vale mesmo tudo?

O nosso ministro da defesa

Nuno Melo já nos habituou a opiniões encaixadas perfeitamente naquilo que é a identidade maior dos partidos de extrema direita. Este vínculo identitário passa, natural e sobretudo, por aquilo que se aproxima, em ações mas, sobretudo, em retórica política, de um neofascismo abundantemente alimentado por variadíssimos setores da sociedade. Nuno Melo afirmou que os ocupantes da flotilha que, em protesto contra o que se passa em Gaza, chegaram a águas internacionais, são apoiantes do Hamas. Nuno Melo é o ministro da defesa de Portugal. Nuno Melo tem azar: chegou tarde a lider do CDS-PP: o neofascismo já está, em Portugal, ocupado pelo Chega. Talvez um dia - no dia em que o CDS desapareça - vejamos Nuno Melo alavancado nas rédeas do partido Chega.

Ivo Rosa investigado

 Vamos lá ver se entendi: o juiz Ivo Rosa , que reduziu drasticamente as acusações que pendiam sobre José Sócrates , andou, durantes dois silenciosos anos, a ser investigado pela Polícia Judiciária , a mando do Ministério Público . Tudo partiu de uma insuflada e deleitosa denúncia anónima , que o acusara de ser corrupto. A acusação foi arquivada. Podemos olhar para isto com olhares diferenciados. Por um lado, é o estado de direito a funcionar; por outro lado, é o abuso de poder do Ministério Público, os mesmo que crucificaram o ex-primeiro-ministro. Inclino-me mais para esta segunda hipótese.

António Costa na reforma dourada

  António Costa liderou um excelente governo nos idos de 2015-2019. Foi o governo da geringonça . Deve-se a ele e, sobretudo, ao PCP , a oportunidade que teve. Durante esse quadriénio, o país rejuvenesceu, saiu de uma sombra radicalmente conservadora, a qual foi, de certo modo, premonitória no espalhamento da mensagem milagrosa do Chega . Veio o seu segundo governo, agora com inesperadíssima maioria absoluta. acabou como sabemos, artificialmente. Tão artificialmente, quanto a sua aceitação do cargo de presidente do conselho europeu. No entanto, dei-lhe o benefício da dúvida: como socialista, António Costa não é Van  der Leyen, nem Kallas : vai para Bruxelas para ser pelo menos, tão dinâmico e diplomático quanto o fora na geringonça. Enganei-me redondamente: António Costa foi para Bruxelas gozar uma reforma dourada. É triste, mas é verdade. Pelo menos, parece ser verdade.

O discurso caritativo de Montenegro

  Ouvi o primeiro-ministro de Portugal mostrar disponibilidade para, se a economia o permitir, atribuir aos pensionistas (mais) um bónus lá para o mês de outubro, seguindo, mais ou menos, o que fizera antes das eleições legislativas . Quando muito se fala do esbatimento ideológico dos partidos, temos aqui um lapidar exemplo do que não é um discurso de esquerda . Os pensionistas são pessoas velhas que, durante a sua vida ativa, andaram miseravelmente a contar os escudos e, depois, os euros. Na reforma, continuam à espera do fim do mês. Desgraçadamente, o discurso de campanha de Luís Montenegro direciona-se para que os pensionistas esperem, ansiosamente, o mês de outubro, isto se se portarem bem, ou melhor, se o país estiver em condições para dar essa prenda de Natal. Luís Montenegro deveria ter vergonha.

O longo braço do urso ou a russofobia

A Rússia alarga os seus braços ursos, através de influências e batota informática, para os Estados Unidos, Roménia, Moldávia, para tudo quanto mexe eleitoralmente. Onde há eleições, a Rússia está lá. Pelo menos, é o que se vende por esse mundo fora, por esses canais uníssonos de comunicação social. A União Europeia, pelo contrário, não influencia ou tenta influenciar: simplesmente não aceita resultados eleitorais que não vão ao encontro das suas expetativas. Aconteceu, entre outros exemplos, no referendo escocês e nas eleições presidenciais romenas. E os Estados Unidos? Ah! Esse país, paradigma da democracia, não mexe sequer uma palha no alargamento da sua influência planetária. Limitam-se, respeitosa e democraticamente, a aceitar tudo o que vem "lá de fora". Até estarão a pensar em desmantelar as três ou quatro bases militares que ainda mantêm ativas no exterior.

Vira o disco e toca o mesmo

Olho cada vez mais incrédulo para a figurinha que a maioria dos líderes europeus faz quando Donald Trump abre a boca. Todas as suas palavras, frases, olhares são esmiuçados até à medula para depois e regressar à casa da partida . Haverá mesmo necessidade?

O futebol, o país

Hoje realizou-se um jogo de futebol da primeira liga, em Lisboa, entre o Benfica e o Rio Ave. O Rio Ave é um clube da cidade de Vila do Conde, cuja população vai além dos 80 mil habitantes. São pessoas muito arreigadas e orgulhosas à região e à cidade a que pertencem. Nas bancadas do estádio da luz estavam 50 adeptos do Rio Ave. O jogo ficou empatado. O Benfica, dizem, está a passar uma grande crise, pois já tem dois empates em casa e está a 4 pontos da liderança. Alguém de bom senso acha este cenário normal, condicente com um país civilizado? Alguém me pode dizer qual o país europeu em que isto se passa?

Isaltino, o salvador da pátria

Não deixa de ser interessante seguir o telemático atrito entre Isaltino Morais e André Ventura. Começou com um debate na CNN Portugal através de um apoiante de Ventura, desejoso de mostrar, ao patrão, sangue na guelra. Estou em crer que Isaltino Morais faz bem. É um homem frontal, corajoso e com uma inteligência política acima da média. Ventura não está habituado a este tipo de ataques, que não são mais do que respostas à sua miserável retórica política. Isaltino, neste sentido, pode estar a prestar um grande serviço ao país. Continue, pois. Se votasse em Oeiras, teria o meu voto.

Pedro Duarte, o candidato único

Posso estar a ser injusto com Pedro Duarte, pois só li as "gordas". E estas referem que o candidato à câmara municipal do Porto se sente, em matéria de segurança, mais próximo do Chega e, no que toca ao domínio social, mais próximo do PS. Temos, pois, homem. Não é, de facto, qualquer um que constrói, discursivamente, conveniências deste jaez.

Portugal, portugueses

Há cerca de 20 anos, Santana Lópes levantou-se, em protesto, da cadeira de comentador porque o seu discurso televisivo foi abruptamente interrompido por causa da chegada de José Mourinho ao aeroporto. O canal de televisão (já não me recordo qual foi) entendeu que, assim, se fazia bom jornalismo. Passados estes anos todos, continuamos exatamente na mesma. E esta mentalidade é uma das causas do nosso atraso. Só não vê quem não consegue ver.

Trump no Velho Mundo

  Corre para aí a narrativa de que Donald Trump adora, fica deleitosamente impressionado com a sumptuosidade das majestades britânicas . As narrativas atuais são o que são. Desde que pegue, é o fio condutor de qualquer análise. Há variantes: os reis lançaram o isco, vestidos, fatos, jantares de gala, em suma, uma operação de charme para atordoar e convencer o presidente dos Estados Unidos . Será assim tão óbvio e será Trump tão estúpido? Os castelos europeus têm o que não existe nos Estados Unidos: história. E, com esse facto, nenhum presidente americano pode concorrer. Os americanos não gostam de monarquias : está no ADN do país. Relativamente ao Reino Unido , não fazem mais do que um jogo de hipocrisia, fingindo um respeito maior relativamente aos demais países europeus. E já não é pouco. O Brasil , por exemplo, nem isso faz com Portugal .

Vergonha

Isaac Nader foi campeão mundial na corrida de 1500 metros no campeonato do mundo de atletismo , que decorre em Tóquio . É a primeira vez que Portugal alcança esse feito. Os telejornais abriram todos com a chegada de José Mourinho a Portugal para treinar o Benfica . Por acaso não abriram todos: a RTP iniciou o jornal com essa notícia, acrescentando, de imediato, que seria uma notícia a desenvolver mais tarde, pois José Mourinho no Benfica é notícia primeira. Como queremos ser um país a sério quando se alimenta um povo destes maneira? Tenho defendido que o futebol é o espelho do país: para compreender Portugal e os portugueses nada melhor do que olhar analiticamente para o fenómeno futebolístico português.

Ventura: o erro

 Ainda a respeito do post de ontem, a "fácies" de Ventura diz tudo. Com esta decisão artificial, o homem quer ser o mártir que faz tudo pela nação. Até candidatar-se a presidente de quase todos os portugueses .

O erro de André Ventura

Já comecei a ouvir panegíricos desproporcionados sobre a decisão do líder do Chega se candidatar a presidente da república. Pois bem: estou em crer que André Ventura tomou uma decisão completamente errada. Afinal, o que quer Ventura? Governar o país a partir de Belém? Onde está, afinal, o desregulador do sistema? Estou convencido que eleitorado do Chega queria mesmo dar uma oportunidade ao líder para "pôr o país na ordem". Queria, mas deixará de querer.

Os belicistas

  Qualquer episódio, por mais calendarizado que seja, é motivo para a edificação argumentária de um edifício bélico. As hostes europeias salivam. Querem uma guerra. Tentam, a todo o custo, convencer o presidente dos E. U. A., desejando que, um dia, ele acorde com ideias luminosas parecidas com as que por cá se vão apelando. A Rússia só conhece a força, dizem muitos dos nossos especialistas. Deve ser por isso que cortaram os canais diplomáticos .

Francisco Rodrigues dos Santos

  Enganei-me a respeito deste senhor que encima o post. Talvez porque não simpatize muito com qualificativos prospetivos. Francisco Rodrigues dos Santos foi líder do CDS numa altura difícil da vida do partido. Talvez por essa razão, foi apresentado pela comunicação social como um jovem que vinha com uma espécie de título de brilhantismo apresentado por uma publicação estrangeira de referência. O futuro da direita portuguesa e, quem sabe, europeia passaria, assim, por Francisco Rodrigues dos Santos. Acontece que as vicissitudes da política são mandantes e o Chicão não conseguiu catapultar o partido para o lugar que desejava, ajudando, de certo modo, a escavar a insignificância do partido. O lugar que o CDS ocupa hoje em Portugal é ridícula e os seus lideres conseguem mesmo suplantar a desgraça. O Chicão estudou; o Chicão amadureceu; o Chicão assumiu-se. É, hoje, uma das vozes mais lúcidas da análise política televisiva e não só. Não sei se ele concordará, mas o seu espaço polític...

Os drones perdidos no "mainstream"

 Primeiro, foram 18 ou 19 drones de reconhecimento que aterraram na Polónia . Depressa se levantaram argumentos a favor de uma afrontação russa , uma avaliação clara do potencial defensivo da NATO , através da Polónia. A narrativa da União Europeia , ávida destes constrangimentos, colocou, de imediato, os seus líderes a repetirem a mesma coisa, que se resume, afinal, na mensagem " Europe under attack ". A Rússia , é certo, não clarificou a presença destes drones, limitando-se a negar a sua intenção ofensiva para com a Polónia, para com a NATO. Hoje foi a vez da Roménia : 1 ou 2 drones russos sobrevoaram no país. Por conseguinte, a Europa está, outra vez, sob ataque russo. Gostaria de saber o seguinte: a Rússia quer mesmo atacar a Europa? Para quê? Afinal, a Rússia está assim tão emponderada (militarmente, economicamente) que lhe permite uma década de guerra, com um conjunto de países, incluindo os EUA ? Não haverá aqui uma posição intempestiva (e, de certo modo, cómoda) da Eu...

Europa under attack

Ah!, finalmente umas bombazitas caíram na Polónia! São os russos, obviamente, a testarem as defesas da Europa! A Úrsula, Kallas, Rutte, Costa, entre outros prodígios da arte da  guerra bem avisaram. E também os nossos incansáveis comentadores televisivos. Desculpem lá.

O Moedas e os outros

Independentemente das razões que Carlos Moedas cogitou para rememorar Jorge Coelho,  parece-me de uma atroz evidência que esteve mal, muito mal. E se ainda restavam dúvidas sobre uma vitória eleitoral, desfizeram-se por completo nesse desespero. Os senhores que se lhe seguiram, camaradas de Coelho, estiveram bem, mesmo com a useira hipocrisia argumentativa do tipo é nosso dever repor a verdade enquanto colegas ministeriais de Jorge Coelho (não tomam atitudes idênticas quando o assunto e Sócrates, por exemplo).

Os pontos de vista da guerra

"Ursula von der Leyen condemned the attacks as a blatant violation of international law", notíciou ontem um qualquer jornal. Mas Úrsula von der Leyen não está a falar de Israel. Ela reforça: "Once again, the Kremlin is mocking diplomacy, trampling international law and killing indiscriminately". Vozes cheias de sabedoria e, sobretudo, imparcialidade. O nosso externalizado Costa 'its just the same".

O futuro ex-presidente da Carris

 Já aqui expus a minha opinião sobre o presidente da Carris, que nunca o tinha visto em lado algum. Essa minha opinião veio, de certo modo, a confirmar-se com a sua "nobre" (as aspas são irónicas) atitude de colocar o seu lugar à disposição do futuro ex-presidente da Câmara de Lisboa , Carlos Moedas . A dignidade da demissão não está ao alcance de todos, efetivamente. E, em rodapé, Carlos Moedas não aceitou a demissão, pois claro.

O cabo oculto

 Muito se tem escrito e dito sobre o lamentável acidente que ocorreu em Lisboa com o elevador da Glória. Parece haver já uma certeza; um cabo - o principal cabo - partiu-se. Este cabo não é visível nas manutenções mais correntes. Para o visionar, tem-se que abrir uma calha. Como é que se pode proceder à manutenção de material crucial que não se encontra visível? Dizer que o elevador foi inspecionado nesse mesmo dia vale zero. O cabo era um cabo oculto .

Os mentirosos

O ministro da educação não foi meigo a qualificar o reitor da Universidade do Porto. Foi, aliás, clarissimom muito claro, demasiado claro: "o senhor reitor da Universidade do Porto, Professor António Sousa Pereira, mentiu". Acontece que "o senhor reitor da Universidade do Porto, Professor António Sousa Pereira", já negou, clarissimamente, que tivesse mentido.

Incendiários

A lista de eventuais crimes de pessoas ligadas ao partido Chega é longa e variada. Penso que faltava lá o de incendiário. Já não falta: foi pretendido pelo mandatário do partido em Montemor-o-Novo. De entre a lista, este é, porventura, o que melhor se adequa ao ADN do partido: afinal, vieram mesmo para incendiar isto tudo, metaforicamente falando, claro.

Sócrates

  José Sócrates é, para os jornalistas, o russófilo quando o assunto é a guerra da Ucrânia . Curiosamente, são basicamente os mesmos comentadores (jornalistas e não jornalistas) que criticam ferozmente José Sócrates e criticam ferozmente tudo o que é Vladimir Putin . A natureza humana tem destas coisas. É para isso que os tribunais servem. Pelo menos, espera-se que sirvam.

O acidente da carris

O presidente da centenária Carris deve apresentar a sua demissão e, se o não fizer, deve ser demitido. Não porque tenha responsabilidades diretas pelo acidente, mas por ter feito uma deplorável e refletida declaração ao país sobre a manutenção (ou falta dela) dos funiculares. Afirmar que se gastou mais do dobro do dinheiro na última década em manutenção é não perceber nada do que está em causa.

Elevador da Glória

 Nunca me passaria pela cabeça que uma das medidas simbólicas da nossa classe política a respeito do terrível acidente ocorrido ontem em Lisboa fosse ir mediatamente à missa . Estavam lá três ministros, incluído Montenegro , o Presidente da República , Alexandra Leitão e o inevitável Moedas .

Montenegro garante apoio constante a Zelensky

 É bom - deve até ser balsâmico - armarmo-nos, de vez em quando, em ricos, principalmente quando podemos fazê-lo com o dinheiro dos outros. É o caso do nosso primeiro-ministro que garantiu um apoio constante (!) à Ucrânia , mesmo na reconstrução . Eu gostava que o primeiro-ministro do meu país fosse assim tão acutilante nas garantias que dá os portugueses. Gostava, por exemplo, que prometesse melhores salários, menos urgências encerradas, melhores condições de vida, em suma. Mas tudo bem. Nós, portugueses de gema (e de bem, como diz o afamado Ventura ) contentamo-nos com muito pouco. É a sorte dos Montenegros que nos governam.

A "silly season": Chega, Marcelo, jornalismo

  É difícil, nos dias que correm, distinguir "sillies seasons". De facto, o jornalismo português (e não só) anda pelas ruas da amargura, acompanhando, de certo nodo, o nível dos políticos (isto anda tudo ligado, diria alguém da nossa praça). A última tolice dos comentadores (os que são jornalistas e os que o não são - anda tudo ligado...) diz respeito a uma conversa distendida de Marcelo na universidade de verão da Juventude Social Democrática , que tem servido de germe ensaístico dos futuros Costas , Montenegros , Passos e Tozé Seguros . O que, então, disse Marcelo? Na tribuna académica da juventude partidária, atrás de um microfone, afirmou que Trump se comporta como um aliado da União Soviética, da Rússia, emendou. O que foi Marcelo dizer! Todos sabemos que o presidente dos Estados Unidos, sempre a par do que Marcelo diz e não diz, não deixará sem resposta o nosso presidente, colocando eventualmente em causa a aliança geoestratégica de Portugal com os Estados Unidos da ...

A violência doméstica e as televisões

 A violência doméstica é um flagelo nacional, segundo os números apresentados pelas entidades competentes. No entanto, é também uma apetência para os diversos canais de televisão, os quais exploram até à exaustão, com flagrantes imagens, os casos noticiosos e que deixam, naturalmente, de ser notícia. Tudo em nome, presumo, de uma certa pedagogia de almanaque que os canais televisivos se empenham em mastigar, seja em programas da manhã, seja nos noticiários de maior audiência. Estas televisões deixam, de repente, de se importar com aquele filho de 9 anos que é constantemente exposto às imagens na televisão do pai a bater na mãe e ele, no meio, a separá-los. Sempre poderá dizer, lá na escola, que apareceu na televisão.

A ministra e os bombeiros

A ministra da administração interna, com o beneplácito deo primeiro-ministro, não se lembrou der nada mais criativo do que aumentar em 25% a remuneração diária dos bombeiros que combateram os fogos até meados de setembro. Este governo tem tido estas habilidades criativas, não estivesse ao leme o homem do leme, mestre em chico-espertices. Também já premiou os pensionistas com ofertas mensais deste tipo. Governar não é isto. Este modo de operacionalização da governança pública aproxima-se mais de democracias débeis do que de democracias estáveis.

O homem do leme

A metáfora política do homem que está ao leme desta barca, que até nem é uma grande barca, pertence a Cavaco Silva. Não sei se antes de Cavaco já algum político contemporâneo, excetuando talvez Salazar, a tivesse providencialmente exposto. Faz, portanto, mal Luís Montenegro recorrer a este tipo de estratégia comunicacional. É, simplesmente, anacrónico.