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Mensagens

Sánchez e a defesa da democracia

Pedro Sánchez, presidente do conselho de ministros espanhol, apelou, no Chile, na cimeira  Democracia Sempre , uma coordenação mais efetiva dos governos progressistas perante aquilo que ele considera o perigo reacionário ligado a um discurso de ódio, divisionista, da mentira. Podia também acrescentar o adjetivo belicista, que se enquadrava muito bem na sua linha discursiva. Não o fez. Mas devia tê-lo feito. Daria jeito a uma União Europeia mais vozes "progressistas", até para não confundirmos este progressismo evocado por Sánchez com o progressismo alinhavado e rasurados de Vítor Orbán ou Robert Fico.
Mensagens recentes

Cidadania "soft"

Retirar da matriz curricular da disciplina de cidadania as questões relacionadas com os domínios sexuais e de identidade de género é mais uma cedência à matriz programática e mental de uma atmosfera do "antigamente", tão cara ao conservadorismo montano e hipócrita dos partidos conservadores do nosso parlamento. Poderia o governo reformular a disciplina sem retirar esses domínios, mas optou pelo mais fácil, pelo mais lucrativo, pelo pior.

Bairro do Talude e o país

A discussão acerca da demolição das barracas é humanamente deplorável por parte da autarquia. É revelador da capacidade do Chega em agregar - pasme-se! - até socialistas ou, pelo menos, socialistas que não sabem o que é a matriz do Partido Socialista. No entanto, a discussão mantém-se na espuma dos dias, discussão que interessa, mais uma vez, ao Chega. Qual é, então, o problema de fundo? Chama-se Portugal e a incapacidade do país distribuir, homogeneamente, do ponto de vista geográfico, os imigrantes que têm assomado nas grandes cidades, principalmente na capital. E por que razão estás pessoas não se deslocam para o interior, onde as rendas são substancialmente mais acessíveis? A resposta é simples: não há trabalho sustentável. E por que não existe, no interior do país, trabalho que permita às pessoas terem uma vida economicamente despreocupada? Mais uma resposta simples: não há catalisadores económicos (empresas, serviços) que permitam sustentar uma economia local. E por que é que ess...

Adivinha

  Qual é qual é o país europeu que abre o telejornal com a notícia de um jogador de um clube de futebol que ainda não compareceu aos treinos agendados, abrindo um espaço de cinco minutos para dois convidados comentarem? Suíça? Errado! Alemanha? Errado. França? Errado. Espanha? Errado. Itália? Errado. Inglaterra? Errado. Ah!... Grécia? Errado! ... Portugal?!... Certo! Mas como não acertou à primeira não tem prémio.

Bolsonaro e a tornozeleira

 Podia-se considerar que Jair Bolsonaro está a provar do veneno que semeou aquando do seu consulado como Presidente do Brasil, particularmente em relação a Lula da Silva; podíamos até, à luz dessa evidência, deleitamo-nos com a "suprema humilhação", segundo as suas próprias palavras, que está a passar, com a obrigação, decretada pelo Supremo Tribunal Federal, de ter de usar uma tornozeleira eletrónica para, assim, eliminar riscos de fuga. Todos estes estados de alma são humanos e, por isso, compreensíveis. No entanto, se optássemos por esse caminho, escolheríamos, precisamente, o percurso pensado e sonhado e concretizado do ex-presidente e, aparentemente, amigo de Donald Trump. Seria, portanto, recomendado que Lula da Silva se afastasse, objetivamente, do processo judicial em curso. Seria bom, principalmente, para a democracia brasileira.

O pluralismo interno dos partidos

Já não me recordo da eleição de Montenegro como presidente do PSD; sei que José Luís Carneiro foi candidato único para secretário-geral do Partido Socialista; e também sei que hoje, na Convenção Magna do partido, em Alcobaça, Mariana Leitão vai ser eleita, numa candidatura única, presidente da Iniciativa Liberal. Nos restantes partidos, a situação não é muito diferente. Sinais destes tempos. Líderes fortes ou líderes fracos? Eis a questão!

O debate

Vi ontem 20 minutos do debate do Estado da Nação. Por sorte, deveriam ter sido os 20 minutos mais interessantes do debate. Tudo se passou à volta de pueris conflitos sobre duas palavras: fanfarrão e frouxo. A meio, duas citações, uma da inevitável Sophia, outra do menos inevitável Saramago. O problema destes senhores e destas senhoras (não sei se estarei a ofender alguém) é tão-somente o seguinte: afundam-se e, com eles, afundam o país. Dito de outra maneira: para estes tipos de baixa política, já temos que sobra, pois parece que anda para lá um partido que, à conta destas coisas, já vai em sessenta deputados.

Voto aos dezasseis anos no Reino Unido

O voto aos dezasseis anos vai ser uma realidade no Reino Unido, promessa cumprida do Partido Trabalhista. Provavelmente, o Partido Trabalhista, ao apresentar esta proposta (promessa) eleitoral, teve em conta estudos científicos e opiniões de quem conhece os jovens (escolas, clubes, associações diversas, etc.), designadamente por convivência diária com esta faixa etária, no sentido de averiguar o grau de literacia política dos rapazes e raparigas de dezasseis e dezassete anos. Se não o fez, então estamos perante uma total leviandade política, uma irresponsabilidade que poderá ser, nos dias que correm, muito perigosa.

CNN-Portugal

Neste momento, três personagens debatem, na CNN-Portugal, a guerra na Ucrânia. A expressão mais ouvida é: concordo com o que foi dito, mais coisa menos coisa. Chama-se a isto pluralismo e bom jornalismo, não é?

As economias de guerra

As declarações últimas de Trump sobre Putin, Ucrânia, União Europeia, guerra mostram, indubitavelmente, a aposta da América numa economia de guerra, tal como, aliás, aparentemente, é a aposta de muitos outros países e blocos. Acontece que, nesta "lei" mercantil, há quem já esteja no terreno e quem chegue tarde. Os últimos (União Europeia) são, por norma, os mais prejudicados. Estranhamente, há um jubilamento pueril nas hostes europeias, que o comentariado televisivo acompanha. Aplaudem o quê? A continuação da guerra, com este novo"game-changing"?

A Rússia e os ataques a alvos civis

 Quando se fala que a Rússia ataca indiscriminadamente alvos civis na Ucrânia - narrativa populista a que facilmente se adere - por que razão não se questiona o que é realmente atacar alvos civis, com o exemplo que o estado de Israel nos oferece em Gaza? Por que razão dois ou três mortos civis ucranianos valem mais do que centenas de mortos palestinos? Para além disso, quando se ataca indiscriminadamente alvos civis, o número de mortos e feridos costuma ser substancialmente elevado, como, aliás, se confirma em Gaza. O populismo tem vindo a grassar nas televisões, não só por parte dos comentadores, como também por parte dos jornalistas, muitos deles com pretensões comentaristas.

As origens da Iniciativa Liberal

Mariana Leitão, a provável próxima líder da Iniciativa Liberal, já afirmou que quer fazer regressar o partido às origens. Fico um pouco baralhado ao pensar como é que um partido fundado em 2017 se afastou, segundo Mariana Leitão, das origens. Eu sei que agora o tempo corre veloz, a uma velocidade telemática e que os liberais são um exemplo cabal das hodiernas vertigens programáticas, mas, mesmo tendo em consideração esse fator, estou propenso a crer que a líder parlamentar da Iniciativa Liberal se encontra numa manifesta e exagerada propalacão eleitoralista.

Contraditório na CNN-Portugal

Vi anteontem um jornalista da CNN-Portugal a contraditar o seu convidado, o major-general Agostinho Costa,, para analisar a guerra na Ucrânia, nestes termos: "mas é preciso haver contraditório". Esta expressão lógica, por estar, precisamente, carregada de uma inquestionável logicidade, poderia ser usada num qualquer programa humorístico, numa, por exemplo, inversão de sentido. Chama-se a isto ironia  Mas não era disso que se tratava: o jornalista estava a falar a sério: queria o contraditório e, por isso, começou a contraditar. Depois de contraditar, numa espécie de rotação pivotal, voltou a sentar-se na sua cadeirinha de pivot e recomeçou a leitura do teleponto, em que se seguiu a interessante notícia de um incêndio em Cabanas de Baixo. Adenda: posteriormente à publicação deste post, vi isto . Vale a pena espreitar.

Decréscimo ou acréscimo populacional

Leio o título: população cresceu em 2024. Fico contente? Fico descontente? Desconfiado? Haverá, decerto, estados psicológicos diversos para uma notícia destas.  Na minha opinião, o acréscimo populacional num país como Portugal, mesmo que seja através da imigração, só pode configurar uma belíssima notícia, ainda para mais quando algumas populações do interior começam a notar esse efeito do aumento de habitantes nos respetivos concelhos. Defendo há muito: Portugal é um país demasiado assimétrico, em que conseguem, no fundo, coexistir dois países: um litoral povoadisdimo e um interior com uma elevadíssima escassez humana. Este fenómeno só é comparável com países com dimensões continentais como, por exemplo, o Brasil ou a Rússia. Esta assimetria não se verifica, por exemplo, nos Países Baixos, na Bélgica, na República Checa, na Áustria, etc., países muito semelhantes, em área, a Portugal. Daí que seja lógico o desafio retórico: e se Portugal tivesse mais 5 milhões de habita...

O Ministério Público no "Processo Marquês" (no processo Sócrates)

  Os procuradores do Ministério Público não têm mundo, devem ser uns desgraçados que foram “bulimizados” quando andaram na escola (até ao último ano da faculdade) e, agora, no alto do seu arreigado e indecoroso poder, vingam-se, se possível criativamente, em pessoas que têm ou já tiveram preponderância político-mediática. Isso de revelar, através de uma conversa de José Sócrates com Henrique Granadeiro, em tribunal, uma descontraída troca de palavras entre Mário Soares e Almeida Santos para provar a intimidade amiga dos dois primeiros, é absoluta e humanamente esquisito. No mínimo.

O que fazer com José Sócrates?

Os comentadores (e jornalistas) de serviço das televisões, especialistas em tudo, andam à cata de qualquer coisa que sirva para pregar José Sócrates à cruz. Acontece que Sócrates continua com a mesma postura combativa, desde o primeiro dia, aquele curioso dia em que foi preso, quando chegava ao aeroporto de Lisboa, vindo de Paris. Preso durante quase um ano para que o Ministério Público pudesse investigar à vontade. Por isso, na já arreigada incapacidade e desvergonha das televisões, o foco jornalístico tem de se situar na esfera comportamental do antigo primeiro-ministro. O que sabemos, então? Sócrates não respeita o tribunal, nem a juíza; Sócrates é arrogante; nunca vi ninguém com a postura de Sócrates em tribunal, nem mesmo os mais indecorosos criminosos; os microfones não aguentaram o volume da voz de Sócrates; há limites para o mau comportamento... E é assim que se faz jornalismo em Portugal.

O julgamento

O que tem vindo cá para fora no "Processo Marquês" mostra o enviesamento jornalístico e processual. É o caso, por exemplo, da utilização, por parte de José Sócrates, do institucional “querido amigo”, ao dirigir-se, telefonicamente, a Ricardo Salgado, que é exatamente o mesmo dos coloquiais “Ó amigo”, ou “o amigo quer alguma coisa?".

Trump Nobel da Paz

É mais um a defender Donald Trump merecedor óbvio do Nobel da Paz. Netanyahu não tem dúvidas quanto ao merecimento. Não sei se o primeiro-ministro israelita seja o melhor propagandista, mas estou em crer que Trump pode mesmo alcançar o galardão. E até poderá não ser mau para as teimosas e mediáticas guerras com que nos confrontamos.

Indecências

Vi ontem o programa de comentário político  O   princípio da incerteza . Um dos temas em debate foi o "Processo Marquês", ou seja, José Sócrates. Pacheco Pereira é, sabemos, um incondicional apoiante da culpabilidade de Sócrates. "A minha convicção é a de que ele é culpado", repete o comentador sem qualquer pudor. Mas ontem Pacheco Pereira começou por uma espécie de defesa do antigo primeiro-ministro: teme que o julgamento não se processe com todos os meios de defesa garantidos, visto que a pressão comunicacional pública tem sido muita. Que bem ficou, a este anti-Sócrates, esta defesa por um julgamento imparcial e, também, a crítica à excessiva exposição mediática dos estados de alma das diversas partes, em que o próprio, incondicionalmente, se inclui. Acabou, assim, a primeira parte da sua exposição, uma espécie de introdução ao programa. E acabou também aqui a decência do programa, em que o jornalista nada fez para alterar o rumo do comentário. O julga...

Pedro Sánchez

Pedro Sánchez tem-se revelado uma voz incomoda para a Europa, devido ao seu incómodo desalinhamento. Daí que, nas hostes da Comissão Europeia, já devem estar a esfregar as mãos de contentamento, pois, nesta nova matriz humanista da União Europeia, não há lugar para desalinhados. E como Sánchez não é, felizmente (emprego aqui o advérbio com desilusão), António Costa, há que o arrumar para canto e assim quase todos cantam a uma só voz, como convém, presumo, a uma comissão democraticamente saudável, segundo os hodiernos pontos de vista.

Os candidatos

O que fazer? Em quem votar? Será que este desiludido panorama eleitoral das próximas eleições presidenciais é a "prova provada" do declínio da função do mais alto cargo institucional da nação que o ainda presidente da República ajudou a desmerecer? A democracia é o que é, o pior dos regimes, excetuando todos os outros, terá definido, num dia inspirador, Churchill. Provavelmente, terá razão o antigo primeiro-ministro inglês. O que se revela um pouco estranho é a nossa desilusão com o regime democrático que nos tem vindo a governar desde o 25 de abril, segundo uma sondagem da Universidade Católica. Mas não somos nós, o povo, quem mais governa? Não teremos nós, através do voto, culpas no cartório? Queixamo-nos, afinal, do quê? Em quem votar, nas próximas eleições presidenciais?

O julgamento!

José Sócrates, finalmente, em julgamento! Até que enfim!... O homem já não se pode furtar ao julgamento, com os seus prolongados recursos!... O homem é culpado, afirma, deslumbrado, Pacheco Pereira, numa "vox populi" que dá jeito de vez em quando!... Mas José Sócrates não vira as costas à luta e volta-se a sentir, por parte destes justiceiros, um certo incómodo: não é que o homem continua o mesmo?!...

Macron na Rússia ao telefone

 Diz-se que o presidente dos Estados Unidos ziguezagueia opinativamente em excesso. o que diz de manhã já não é o mesmo do que diz da parte da tarde. Macron telefonou ao seu homólogo russo, Vladimir Putin. Na minha opinião, fez muito bem. Vamos ver o que diz da parte da tarde.

O julgamento

 José Sócrates tem monopolizado as televisões com o início do julgamento  denominado processo Marquês. Prestei atenção ao documentário que a SIC tem vindo a passar. Parece-me que há muita fantasia e vontades impróprias por parte do ministério público. Se todas aquelas peças encaixarem seria quase como encontrar um pote cheio de ouro no fim do arco íris.

Marques Mendes: mais um presidente comentador?

O ex-comentador Marques Mendes, agora candidato a presidente da República, comentou o processo judicial Operação Marquês, alegando que as intenções de José Sócrates passam por adiar o mais possível o julgamento para que, desse modo, o processo acabe, definitivamente, na secretaria. Comentou também os estados de alma do ex-primeiro ministro e, por irónico arrastamento opinativo, os seus próprios estados de alma, deste modo: "José Sócrates tem a consciência pesada".  À cata de votos na onda militante do Chega, Marques Mendes perde a vergonha. De um candidato a presidente da República, não se espera julgamentos soezes deste tipo.

Presidenciais

 A candidatura presidencial de António Filipe, apoiada pelo PCP, é uma boa notícia, dada a incontornável debilidade da maior parte dos candidatos conhecidos. António Filipe traz ao debate aquilo que deve estar na base de qualquer ato eleitoral presidencial, que passa, necessariamente, pelas ideias. Mas ideias assentes no conhecimento, numa mundividência unipessoal, mesmo que, no caso de António Filipe, esteja agrilhoada às fronteiras de um partido muito especial. Só espero que o candidato mostre que consegue ir para além dos "amanhãs que cantam".

Civilização em terras lusas

Gosto muito de árvores, mas o disparate deveria ter limites nas nossas autarquias. Neste caso, é em Vila Real, mas podia ser numa qualquer cidade ou vila perto de si. Pessoas com mobilidade reduzida? O que será que isso significará para os nossos autarcas?!